quinta-feira, 2 de junho de 2016

Com HoloLens, Microsoft quer evitar erros do Google


Da Reuters

Funcionária da Microsoft testa os óculos de realidade aumentada HoloLens. (Foto: Beck Diefenbach/Reuters)Funcionária da Microsoft testa os óculos de realidade aumentada HoloLens. (Foto: Beck Diefenbach/Reuters)
Quando o Google lançou os óculos inteligentes Google Glass quatro anos atrás, a empresa colocou óculos esportivos nos rostos de paraquedistas em um centro de convenções em San Francisco e de modelos em um chamativo desfile, além de uma campanha no Twitter para notificar os primeiros "Glass Explorers" sobre a sorte de conseguirem o dispositivo.
Ao apresentar uma edição inicial de seus óculos de realidade aumentada HoloLens, a Microsoft, por sua vez, adotou outra abordagem: mirou desenvolvedores de software para tornar o dispositivo útil, sem acrobacias, divulgação de moda e marketing para consumidores.
"Eles estão adotando uma abordagem mais controlada com o HoloLens e esta é a estratégia correta", disse Tipatat Chennavasin, sócio geral da Venture Reality Fund, que investe em empresas iniciantes de realidade virtual. "Você não quer criar uma expectativa exagerada e deixar as pessoas decepcionadas, foi isso que aconteceu com o Google Glass."
O lançamento discreto reflete os obstáculos intimidantes que estão confrontando a incipiente indústria de realidade aumentada. Esses dispositivos sobrepõem imagens ao que está sendo visto pelo usuário. O objetivo é melhorar a eficiência em negócios, desde consultórios médicos até o chão de fábrica.
Alguns veteranos da indústria vêem essa tecnologia como uma oportunidade ainda maior que sua prima, a realidade virtual, que imerge completamente os usuários em um mundo artificial. Mas os esforços iniciais ao redor da realidade aumentada, incluindo o Google Glass e o próprio antecessor do HoloLens, o Kinect, também da Microsoft, falharam.
Óculos de realidade aumentada  HoloLens. (Foto: Beck Diefenbach/Reuters)Óculos de realidade aumentada HoloLens. (Foto: Beck Diefenbach/Reuters)
"A Microsoft tem uma enorme oportunidade aqui, isto é: criar um mercado para realidade mista e holográfica e dominá-lo", disse o analista da Forrester, J.P. Gownder. Sucesso, ele disse, significaria vender milhares de unidades para empresas até o fim de 2017.
A história, no entanto, sugere que as realidades aumentada e a virtual ainda têm um longo caminho pela frente. Os desenvolvedores de realidade virtual até chegaram a ganhar impulso com o Oculus, do Facebook, mas estão se concentrando em videogames enquanto nenhum outro aplicativo fundamental surgiu ainda. Muitos usuários ainda têm náuseas.
O Google mudou seu foco também e não vende mais o Glass para consumidores, mas está disponível a desenvolvedores de aplicações.
James Ashley, um desenvolvedor de software e especialista em Kinect afirmou que a Microsoft está tentando "corrigir o erro visto com o Kinect, que foi que ele era apenas para jogadores de videogames". "Eles estão tentando alinhar esta nova tecnologia com seus negócios principais de "criar tecnologia para corporações", disse Ashley.

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