quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Apple não vai divulgar vendas do iPhone no primeiro fim-de-semana

Este ano, vai demorar mais tempo até se fazer luz sobre as vendas do iPhone Josh Edelson/AFP
A Apple vai quebrar a tradição e não divulgará números de vendas dos novos iPhone feitas durante o primeiro fim-de-semana.

O indicador – como toda a informação que a Apple divulga – costuma ser analisado com minúcia, mas desta feita os analistas, investidores, jornalistas e público em geral vão ser deixados em branco. A mudança acontece quando pela primeira vez uma nova versão do telemóvel da Apple chega ao mercado num contexto de quebra de procura.

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A Apple, no entanto, argumenta que tomou a decisão porque as vendas dos primeiros dias não reflectem a procura pelos iPhones, mas antes a capacidade de resposta da cadeia de distribuição da própria empresa.

“Nos anos anteriores, anunciámos quantos iPhones tinham sido vendidos no primeiro fim-de-semana a seguir ao lançamento. Mas depois de termos alargado a nossa distribuição através de operadores e revendedores em centenas de milhares de locais no mundo, estamos num ponto em que sabemos que o iPhone 7 vai esgotar antes de recebermos a primeira pré-encomenda”, afirmou a multinacional, num comunicado, em que acrescenta que as vendas nos primeiros dias estão dependentes de quantos telemóveis vai conseguir pôr nas lojas. “Estas vendas iniciais vão ser ditadas pela oferta, não pela procura, e decidimos que já não são uma métrica representativa para os nossos investidores e clientes”.

A Apple revelou nesta quarta-feira, no seu habitual evento de Setembro, dois novos modelos de iPhone: o 7 e o 7 Plus. Entre as novidades estão melhorias nas câmaras, duas câmaras traseiras no caso do modelo Plus, a ausência de entrada para auscultadores tradicionais e a resistência à água e ao pó. Os telemóveis surgem também em novas cores, mas o aspecto é semelhante ao dos modelos anteriores.

Com o mercado de smartphones a abrandar – as vendas estagnaram no segundo trimestre, segundo a IDC – a procura pelos telemóveis da Apple tem vindo a cair. Entre Abril e Junho, as vendas de iPhones desceram 15% em termos de unidades e 23% em termos de facturação. O aparelho é o maior negócio da empresa, tendo representado 58% de todas as receitas. No mesmo período, a Samsung, que lidera o sector, vendeu mais 6% de aparelhos. Mas esta marca inclui muitos modelos de gama mais baixa, que são procurados nos países em desenvolvimento e representam margens menores para os fabricantes.

No comunicado, a Apple afirmou que mantém as estimativas avançadas na última apresentação de resultados. Para o terceiro trimestre deste ano, a empresa indicou receitas entre 45,5 mil milhões e 47,5 mil milhões de dólares. São valores que ficam abaixo dos 51,5 mil milhões facturados no mesmo período de 2015.

As novidades apresentadas nesta quarta-feira foram recebidas de forma diversa. Uma coluna no jornal The New York Times criticou o que foi descrito como uma estagnação no design do produto. No Twitter, os utilizadores oscilaram entre os que afirmavam que iriam comprar o novo aparelho e aqueles que pretendiam esperar pelo modelo do próximo ano. Já os novos auriculares sem fios suscitaram cepticismo quanto à possibilidade de serem usados sem que se percam.

Em Nova Iorque, as acções da Apple caíram esta quinta-feira 2,5%.

https://www.publico.pt/tecnologia/noticia/apple-nao-vai-divulgar-vendas-do-iphone-no-primeiro-fim-de-semana-1743586

 

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